Terra das chaminés de fada
Quem chega pela primeira vez à Capadócia fica com sentimento de depressão diante da paisagem oferecida pela região, que apresenta formações geológicas únicas, herança dos milhares de anos de erupções dos hoje adormecidos vulcões. O tipo de rocha derivado da atividade vulcânica, mais macio e, por isso, mais sujeito à erosão, possibilitou o surgimento das chaminés de fada – grandes colunas em forma de cone – e permitiu aos povos escavar habitações nas montanhas, transformar cavernas em igrejas e em hotéis de luxo, construir cidades sob o solo. Ponte entre o Ocidente e o Oriente, a Capadócia sempre conviveu com invasores – hititas, frígios, lídios, persas, macedônios, romanos, bizantinos e otomanos. Os povos locais protegiam-se nesses labirintos de pedra, dotados de dormitórios, cozinha comunitária, poços, igrejas, escolas e estábulos. As primeiras escavações datam do século 8 antes de Cristo. A partir da última invasão, a dos mongóis, no século 14, os gigantescos esconderijos foram sendo abandonados, esquecidos (ainda mais que suas entradas eram camufladas). Só foram redescobertos por arqueólogos a partir dos anos 1960. Mais recentemente, a Capadócia, que quer dizer país dos cavalos bonitos, ficou famosa por servir de cenário para a novela Salve Jorge da Rede Globo.
Visita à aldeia subterrânea
No caminho de Ancara à Capadócia; uma aldeia subterrânea do 1° século da era cristã, usada como refúgio contra assaltantes árabes. Na caverna havia armazém, cozinha, dormitórios, água potável, chaminés de ventilação, adega de vinho entre outros equipamentos para passar quatro a cinco dias. Alguns corredores são muito estreitos para justamente dificultar a entrada dos assaltantes, que por sua vez também dispunham de meios para matar os aldeões injetando fumaça envenenada
A Capadócia vista de balão
O preço é salgado: 150 euros. O horário é o da madrugada: 5h 30m na recepção do hotel para ver o sol nascer. Mas a atração é imperdível: o sobrevoo das formações vulcânicas da Capadócia (Turquia) em balão. Nosso grupo decolou às 6h 10m desta terça (23), não sem antes fazer um lanche rápido junto ao balão e aterrissou às 7h 37m, ou 27 minutos a mais do que o contratado por dificuldades de aterrissagem, diante do grande número de balões voando no mesmo horário (mais de 100) e da direção dos ventos. A altura máxima atingida pelo voo foi de 1 mil metros. Viajar à Capadócia e não sobrevoá-la de balão é como ir ao Rio e não andar no bondinho do Pão de Açúcar – embora na Turquia não só o passeio, mas também o preço seja bem mais elevado e com direito a “rasantes” em vales e chaminés de fada. Mas o experiente capitão Érson, que dirigiu o balão, com cinco anos de voo e 1 mil já realizados, pousou tranquilo o cesto, onde estávamos em 21 passageiros, em cima de um caminhão para facilitar o deslocamento posterior do equipamento. É uma pequena aventura sem risco, mas de muita emoção. Ao final, o capitão ofereceu um espumante turco sem álcool e entregou a todos um certificado do voo, assinado por ele.
As igrejas da Capadócia
A Capadócia, na Turquia, teve uma importância grande para o refúgio dos cristãos nos primeiros séculos do cristianismo, perseguidos primeiro pelos judeus e depois pelos romanos. Um vestígio disso pode se ver hoje nas famosas igrejas encrustadas na rocha de formação vulcânica. Na verdade, são capelas de um mosteiro, aberto sob a direção de São Basílio. As mais importantes são a Igreja Escura, a Igreja da Fivela, a Igreja da Sandália, a Igreja da Maçã, a Igreja da Serpente, a Capela de Santa Catarina e a Igreja de Santa Bárbara. Obviamente, elas não funcionam como igrejas, mas mantêm as aberturas na rocha e estão cheias de pinturas religiosas muito bem conservadas.